Cédulas
Em um de meus (não escassos) devaneios diários, formulei mais uma questão daquela sorte inquietante, que fica a reprisar-se em minha mente, como aqueles filmes da Sessão da Tarde, que vemos pela enésima vez e, ao faze-lo, perguntamo-nos: “Ei, espera aí! Eu já não vi isso há pouco?”
Pois esta questão é tão relevante quanto estas infinitamente reprisadas películas, mas – ao menos a meu ver – não deixa de ser divertida (bem como os seus análogos): Por que diabos as cédulas das moedas nacionais sempre trazem, estampadas em si, coisas que, de uma forma ou de outra, perderam seu valor?
Explico-me, antes que os patriotas extremistas apedrejem-me! Vejamos: Qual a atual situação do mico leão dourado? Certamente, nada boa! Ameaçado de extinção, o pobre animal, foge do desmatamento, do tráfico de animais e outras formas de demonstrações da estupidez da raça humana. O que dizer de nossa onça? Trancafiada em zoológicos, circos, ou caçada... mesmo os outros animais estampados nas cédulas. Talvez nem todos estejam em extinção, mas qual o valor que damos a eles? Arrisco-me a dizer (com louváveis exceções) que é absolutamente NULO! A população está mais preocupada com arranjar apelidos animalescos às pessoas, em razão de suas características – exemplo: macaco, viado...(reflexo da ignorância e dominação cultural deste povo parvo) do que com a sobrevivência de uma das mais diversas e ricas faunas do globo!
E o que dizer de nossos presidentes ou grandes homens? Recordo-me de quando ganhava a mesada em cruzeiros (se não me falha a memória) e via a figura do ilustríssimo Santos Dumont! Não me parece correto associar a figura deste gênio a uma nota, afinal, o povo (de forma geral) até sabe de quem se trata, mas não lhe dá o crédito e louvor mais do que merecidos. Em vez disso, glorificam o último ignorante que conquistou maior aprovação por parte desta população também repleta de imbecis.
Mas se animais estão em extinção e homens e mulheres memoráveis nunca têm seu devido valor (o que obviamente não os qualifica como as melhores coisas a serem cunhadas em cédulas, devido a seu “mau agouro”), o que diabos imprimir em uma hipotética nova série de moedas?
Que tal toda a seleção de cabeças-de-vento do próximo Big Bestas Brasil? A nota de maior valor fica sendo o vencedor desta palhaçada televisiva! Ou algo melhor ainda! Por que não imprimir imagens de homens que lidam com dinheiro, homens que nos mostram quem têm dinheiro, verdadeiras celebridades que não saem da boca do povo: Roberto Jefferson, Delúbio Soares, Maurício Marinho e toda sua corja. Realmente, dignos de estampar as notas, pra que lembremos o quanto eles furtaram de nossos bolsos. E, talvez assim, passemos a dar mais importância aos animais e aos homens geniais, não apenas por valerem “500 cruzeiros”, ou “dois reais”, mas sim por serem o melhor de uma terra tão repleta de vermes e pulhas de tal estirpe.
3 Comments:
Olá Guga!!
Olha, posso ser redundante? Já disse muitas vezes que adoro o seu jeito de escrever, seu vocabulário, a maneira como envolve os que lêem seus textos! Parabéns, elevado à enésima potência ao meu gaúcho preferido!!!
E, lendo "Cédulas", me lembrei de uma crônica que li há pouco tempo, de Carlos Heitor Cony (que acho incrível!), que se referia exatamente à ignorância de "certas" pessoas. Resumindo a história, ele conta que estava sentado ao lado de Carlos Drummond de Andrade, no famoso banco em Copacabana, quando foi abordado por um casal de turistas pedindo para que tirasse uma foto: "Esse daí é o Renato Russo, não?", perguntando sobre a estátua. E Cony, com paciência, sarcasmo e abusando da "inteligência" declarada do casal, responde: "Não, esse é o Cazuza, o Renato Russo fica em Ipanema!". Dá pra acreditar? Não é mesmo de se admirar o esquecimento que cobre a nata da nossa cultura! "Ignorância já!" é o mais novo lema de nossa grandiosa população que, "são brasileiros e não desistem nunca"...de serem motivo de falsa compaixão!!!!
Parabéns outra vez, e um grande beijo da Gabi.
Sensacional! De certa forma, as cédulas nada mais são do que um retrato nu e cru de nossa sociedade ignorante – que, ainda assim, está vendo um de seus melhores tempos! –. Outro dia vi um cara na televisão que chamava-se “Jeffeson”. Senti-me indignado com a burrice (sim, um termo chulo, mas extremamente adequado) que me cerca! Além de os pais batizarem o filho com um nome derivado de uma língua a qual não sabem uma palavra sequer, colocaram Jeffeson, quando o certo é Jefferson (que, por sinal, é um sobrenome, significando “filho de Jeffer”, assim como existem Peterson [filho de Peter], Harrison [filho de Harry] e etc.
Agora, deixando meus comentários de certa forma inúteis de lado, realmente achei esse teu texto muito bom (muito bom vira cada dia mais “lugar-comum”), principalmente pela forma meio jornalística – a meu ver, veja bem! – de ser escrito – a qual eu gosto muito, prova disso é meu texto “ Crônica retirada de uma manchete de um jornal ficticio em fins da Segunda Guerra Mundial”, que pode ser visto em meu blog – e também gostei pacas do teu jeito de se expressar, parece algo bem nostálgico e ao mesmo tempo atual.
Agora, deixando um pouco o texto de lado, desculpe-me por não te contatar via “ême-ésse–êne”, mas o problema é que eu realmente gostaria, mas estou com um problema na rede PPPoE que me impede de usá-lo.
E, para finalizar, uma boa notícia: eu realmente pularei uma série – o corpo docente resolveu que eu estou à frente dos demais e que estou apto para avançar uma série –.
Sem mais delongas, falô! Tenho que estudar!
Oiii keridu...
Nuuuss.. amei seu blog, ehh xow d bola.. vc escrev mto bm, fkei impressionada c/ seu ponto d vista.. vc esta d Parabéns!!!!!!!
rsrs...
Bom.. hj toh soh conheendu msm...
T. doluuuuuuuu mtaum viu!!!!! :)
Bjaum nu coração!!!!!
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