Ela...
Desperto. Não abro os olhos. Minha cabeça gira, mas ao menos não dói. Agora sim, levanto as pálpebras e observo, ainda com a vista embaçada, o quarto na penumbra. Meu corpo estava esgotado. Alguém disse que o cansaço é proporcional ao esforço feito para algo que se deseja. Esta frase está errada. Do contrário, ela deveria ter-me feito pó. Justo ela, que adorava cantarolar que eu a faço sentir “menos pó, menos pozinho”. Rio quando penso nisso, e percebo meu ventre um pouco dolorido. A noite passada, realmente, foi divina.
Ela chegou mais cedo do que eu esperava. Bateu à minha porta e, quando abri, a vi ali. Talvez como se acreditasse se tratar de uma miragem, esfreguei meus olhos. E ela ainda estava ali depois disso. Talvez fosse uma Deusa, então. Pois seu rosto era etéreo e sua expressão, angelical. Finalmente, estávamos juntos.
Pouco tempo depois, não sei precisar quanto, pois quando estou com ela o tempo simplesmente cessa de existir, ela mostrava seu lado mais pecaminoso que virtuoso. Atracou-se comigo, em um frenesi sensual indescritível. Arrancando de mim gemidos guturais (assim como arrancou minhas vestes), que mais pareciam emitidos por um animal do que por um homem civilizado. Fez de mim o que bem quis, e entregou-se às minhas carícias como eu jamais havia imaginado ser possível. Ela, que chegara tão impecavelmente vestida e suavemente maquiada, instantes depois tinha sobre seu corpo apenas o meu. Ela, sem dúvida, me proporcionou a melhor noite de minha vida.
Olho para o lado, e ali a vejo, deitada de bruços, desnuda, dormindo como uma menininha. A minha menininha. Se ainda houvesse algum resto de energia em mim, certamente meu corpo daria sinais agora. Ah, ela é tão bela. Mas não só isso...
A vida toda, muitos tentaram, incessantemente compreender-me, e falharam. Outros, nem tentaram, mas quis muito que me entendessem, ou que ao menos tentassem. Ela, no entanto, nunca tentou entender-me, mas acabou por entender-me sem que eu tivesse de explicar uma só palavra. Ela entendia mais que minhas manias ou gostos ou atitudes. Ela entendia-me em um nível muito mais profundo. Ela viu minha alma. E a entendeu.
Levanto-me e vou até a sacada de meu apartamento, observar o sol, que nasce belo em tons amarelados, alaranjados e amarronzados, no horizonte. Eis que ela se aproxima de mim, e me envolve em um cálido abraço por trás.
Naquele exato momento tenho certeza, pois minha alma me diz: Jamais ficaremos distantes novamente...
3 Comments:
e vc ainda tem alguma dúvida??
eh claro q esta apaixonadooooooooo!!
ooownnnn!!
q lindoooooo! amei o texto guga!!
bjaooo da Flá!
Parabéns novamente, Gustavo.
Sinto-me profundamente beneficiado em ser amigo de alguém com tamanha disposição e dom para escrever assuntos complexos.
Algo que me impressionou em teu texto foi não teres dito sobre o amor, mas ainda assim ser um texto sobre o mesmo.
Isso é algo que só os melhores escritores conseguem fazer, e tu conseguiste.
E... por sinal... concordo com a Flá – estás apaixonado!
Post Scriptum: Não pude comentar no tempo prometido... estava realmente tão cabisbaixo que não consegui escrever algo à altura de um texto como o teu.
Pode ter certeza absoluta que essa moça aí da foto (muito bonita, por sinal, hein?! rs), também está muito apaixonada por você, Guga! Eu a conheço e, comigo, é só de você que ela fala. Diz que jamais havia encontrado alguém tão especial assim, que tivesse tanto em comum com ela, e que a fizesse apaixonar de uma maneira inexplicável e ao mesmo tempo tão doce!
Há uns dias, ela pensou e me disse o seguinte: "Quero tê-lo sempre por perto, mesmo enquanto o perto se fizer muito longe e, mais ainda, quando o longe se fizer muito perto..."
Há quanto tempo ela queria se sentir assim!!!!!!
Gu, você a faz muuuuuuuito feliz!!!!
Zilhões de beijos.
Bi.
Postar um comentário
<< Página Inicial