Fab Four? Não, Fab Eleven!
Liverpool: A Capital Européia da Cultura do ano de 2008. Situada ao Noroeste Inglês, a cidade é a casa da mais famosa corrida de cavalos com obstáculos do mundo, a Grand National, e tem o orgulho de ser a lar da maior banda de todos os tempos: The Beatles.
Contudo, há um grupo desta cidade que entrou para a história há algum tempo, e não são jockeys ou músicos: São os homens do Liverpool Football Club. Apelidados de Reds (Vermelhos, na língua Inglesa), o time comandado por Rafael Benitez deu uma demonstração da verdadeira alma de uma equipe e, me atrevo a dizer, uma lição para muitas vidas (inclusa a minha).
Não, ao dizer isso não estou tomado de forma alguma por uma cega admiração aos Reds e, sim, apenas fazendo-lhes justiça. Ao chegar às semifinais da Copa dos Campeões da Europa, o time inglês teria uma dupla de partidas com a sensação do campeonato Inglês daquela temporada: O Chelsea FC. O Chelsea não só estava em uma confortável 1ª posição na tabela da Premiership como era comandado por José Mourinho, um treinador português que levou o Porto ao título da Europa no ano anterior e conduzia pelo mesmo caminho o time azul.
Se defendendo bem na partida longe de casa (detendo até mesmo Lampard) e mostrando quem é o dono do Anfield ao vencer por 1 x 0, os Reds avançaram. Na outra semifinal, o Milan venceu desmerecidamente o PSV da Holanda e classificou-se. (Palavras de um amigo meu fanático pelo Milan, que até fez de "Most undiserved win of the History" o seu nick no MSN Messenger).
Aí, era certo... Como poderia um time que nem estava entre os 3 primeiros do seu campeonato nacional bater o todo poderoso e repleto de estrelas (como Dida, Cafu e Kaká, apenas para citar os brasileiros que estão na seleção) Milan? Os fórums do próprio site da UEFA já estavam lotados de torcedores milaneses entusiasmadíssimos, dando como certo o título.
E chega o grande dia. Um Milan arrasador faz um 3 x 0 inacreditável no primeiro tempo, coisa que nem o maior fanático pelo time da capital da moda italiana imaginaria.
Aí é que entra o mérito do Liverpool: O time poderia fazer como a maioria esmagadora: desistir. Afinal, era um time 5 estrelas o adversário e 3 gols é uma diferença bastante significativa.
No segundo tempo, surpeendendo a todos o time inglês diminui a diferença com gols do capitão Gerrard (aos 9 minutos) e pelo checo Šmicer (aos 11). O goleiro polonês Jerzy Dudek impedia que a diferença fosse ampliada. E, aos 15 minutos da etapa complementar, o espanhol Xabi Alonso empata a partida. A partida permanece assim, tensa, até o final. 90 minutos e 3 x 3. Pênaltis. Tensão total. Nada menos que 3 cobradores do Milan erram seus chutes, enquanto os cobradores Vermelhos são muito mais eficientes. Liverpool campeão! Vitória de um time cujasestrelas você pode não conhecer, mas que se fizaram brilhar no palco da final, em Istambul.
A lição que tiramos disso? Bem, ao menos eu tiro a lição de que não importa se outros têm muito mais e se muitos acham que já estamos perdidos. Se deixarmos de lado a postura derrotista e trabalharmos com afinco, poderemos mudar as mais desfavoráveis situações. Talvez não seja possível vencer todas as dificuldades, ms certamente se vencermos, deixaremos uma bela lição e angariaremos um pouco do respeito que nos é devido.
1 Comments:
Liverpool. Cidade dos meus idolatrados Beatles. Futebol. Paixão do meu amoroso Brasil. Bem; é incrível imaginar que as chaves para uma lição de ética, moral ou determinação estão escondidas nos lugares menos prováveis. O Liverpool realmente ganhou honradamente, e isso nos faz pensar em como a auto-estima ou a determinação podem mudar o rumo de uma vida e – por que não? – da História. O que seria do mundo se, há alguns milênios, um homo habilis (ou talvez um australopiteco) não tivesse ficado na chuva esperando ver mais daquela coisa amarela que caiu do céu? Se não fosse por isso, ele não teria descoberto o fogo!
Belo texto, cara.
Sem bajulações.
Postar um comentário
<< Página Inicial