domingo, 18 de janeiro de 2009

Novo perfil para o Orkut

Eu precisava atualizar meu perfil do Orkut. Ok, "precisava" é um pouco de exagero, mas eu queria, então. Queria colocar algo mais verdadeiro e mais pensado. Veio a inspiração, me sentei na frente do computador e digitei (no Word, onde parece que as coisas ficam melhores de ver). O texto abaixo é meu atual "quem sou eu:" no site e é dedicado a todas as pessoas especiais da minha vida (mesmo as que não estão citadas), as que foram, as que ainda estão e as que virão.

Falar de si mesmo é sempre complicado... Uma coisa é dizer algo sobre um disco, um filme, um livro, do qual a gente já conhece o início e o fim e, por isso, entende melhor o como e o porquê das coisas. Outra é falar de si mesmo. O final é desconhecido e até chegar lá provavelmente vamos passar por muitas coisas ainda.
Mas mesmo a vista da paisagem completa a gente tem de tomar cuidado e não contar tudo, deixar umas surpresas para serem descobertas na próxima música, na próxima cena, no próximo capítulo. Este é para ser um pequeno texto sobre a obra, para convidar as pessoas a ouvi-la, a assisti-la, a lê-la – não um daqueles comentários que entregam tudo, tirando a graça de conhecer a coisa a fundo. Imagina, se o sujeito me conta como acontece tudo em “Graffiti”, do Cortázar, não teria tanta graça lê-lo depois.
Acho que um bom “Quem sou eu” ou “Sobre mim” tem de ser como uma dica de um amigo que diz “ouve/assiste/lê, cara... Acho que tu vai gostar”. E aí, a gente pode até pôr uma ressalva, tipo “Apesar de desafinar naquelas notas/ser muito extenso/ter uns capítulos confusos”. É, porque honestidade é importante.
Mas, ainda assim, é complicado. Porque tem coisas que não aceitam limite de 1024 ou 2048 caracteres ou outra medida. Tem coisas que, transpostas para palavras, são pálidas se comparadas às coisas reais. Eu tô falando dos sentimentos, dos momentos compartilhados, das lembranças, da vida de verdade – da qual a linguagem, a escrita e o Orkut são só representações. E são essas coisas reais que me interessam, que realmente acho importante colocar aqui.
Mas como? Como falar em Camboriú? Como falar em Gabriela, Livian, Bárbara, Gabriela (não confundir com a primeira), Fernanda? Como explicar o que representam pra mim coisas diversas, como as conversas com a Denise (com direito a caretas), como a dica do Gabo (“Leia Cortázar, gaush!”) ou os cafés no Antônio com a Rosane (e muita risada, e muitas lágrimas)? E como é que eu poderia expressar aquilo que eu sinto quando tomo sol, aquela certeza de que estar vivo é tão bom?
Eu poderia explicar as coisas, ser direto, descritivo, dizer que memória as pessoas deixaram na minha vida (e Lourdes, claro, por falar em memória), mas elas não ficaram como memória, apenas. São sentimento e sensação até hoje, quando provo um milho com sal, quando faço uma resenha, quando fico feliz de ver algo bonito.
O que eu falei até aqui já foi muito e talvez não seja o que tu, que me lê agora, queria ler. Encara como uma dica de disco, de filme, de livro – cabe a ti procurar ouvir as faixas, assistir as cenas, ler as páginas.

Assim disse Gustavo @ 11:10 PM   1 comentário(s)

1 Comments:

Em 21 de janeiro de 2009 às 22:45, Anonymous Anônimo comentou:

GUSTAVO
Mais do que trocar de perfil no Orkut, as pessoas precisam mudar...
- mudar o cabelo, o tipo de roupa, as atitudes e por que não, de amores?
Mudanças são importantes na nossa vida, e devem ser feitas sim, quando for necessário, para que possamos buscar uma melhor qualidade de vida.
Filho, me orgulho muito de tí, pela força, carinho, dedicação e amor que tens pela vida e pelas pessoas que amas!

 

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O Autor

O autor
Nome: Gustavo Ribeiro
Lugar: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Um cara aprendendo com a literatura e as culturas de outros países e do meu. Sempre aprendendo, sempre vivendo como se fosse o último dia.

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