Texto Alheio No "Textos do Guga" É Refresco
Atentai, vós que leis este espaço!
Apresento-vos, uma futura escritora de sucesso! Clarrisa S. M. (Acabo de notar... As mesmas inicias do Rodrigo, autor da história de Macabéa, no clássico "A Hora Da Estrela", de Clarisse Lispector - creio que isso seja o vaticínio de um futuro brilhante, ou ao menos um indício de tal).
Eis abaixo, crônica por ela escrita e a mim enviada. Em segida, minha crítica à produção da minha caríssima Clarissa. Fico honrado de abrir um pouco do meu espaço prá essa adorável pessoa.
Não se apegue demais as pessoas, nem as coisas. Pois, um dia, tudo isso vai acabar. Quem diz isso não sabe aproveitar a vida. Temos consciência de que tudo acabará um dia, mas se vivermos com essa mentalidade, será o fim. Imagine: você pega um gatinho como animal de estimação. Logo pensa: “oh, que lindo gatinho. Não vou amá-lo, pois um dia ele irá morrer. Assim, não sofrerei.”. É impossível viver assim. Dizem que a única certeza que se tem na vida é a morte. Porem, enquanto ela não vem, aproveitemos à vida. Por isso, não passem a vida pensando na morte. Vivam, amem, se apaixonem... e se um dia perderem tudo isso, procurem de novo. A vida e´feita de momentos, de agora, de presente. Faça tudo que tiver vontade. Faça loucuras, mas não sempre. Saiba diversificar a intensidade do seu momento presente. Tenha momentos loucos, lindos, calmos, serenos, tristes... De vez em quando, é bom brincar de ser Alice No País Das Maravilhas. Quando sentir vontade, entre pela toca do coelho, sem saber o que vem depois. Não calcule todos os seus movimentos. A vida não é números, a vida é sensação. Todas as sensações são validas. Não se arrependa. E se isso acontecer, viva de novo o momento, mas dessa vez sem culpa. Sinta tudo o que puder sentir. Do menor sentimento, até o mais intenso momento do mesmo. Sinta o mesmo prazer em fazer coisas diferentes; desfrute da mesma forma o prazer de deliciar uma barra de chocolate, e a calmaria de sentir a brisa no rosto. Saiba também sentir prazer nas coisas simples da vida, como receber de coração aberto o “bom dia” de um desconhecido. Ou ouvir sua musica preferida ao acaso. Nem sempre a felicidade esta onde pensamos, como em roupas, jóias, carros, etc. Essas coisas nos dão uma sensação de poder e ostentação, que confundimos com felicidade. Uma falsa felicidade. A felicidade esta onde a deixamos entrar. Abra todas as suas portas.
Em seguida, meu comentário.
Oi, Clá!
Olha só... Li teu texto e ele tá muito bom! Gostei bastante!
O tema já tá virando um chavão, pois vem sendo explorado, discutido e comentado por muita gente. Mas distinguimos os bons escritores por, entre outras coisas, conseguir falar novas coisas e de uma nova maneira de assuntos já exauridos.
O texto talvez não chegasse a ser publicado em jornais, mas só por que falta a ele uma certa rigidez acadêmica, uma linguagem desnecessariamente mais culta. Isto não é, como creio que já imagines, algo ruim. Pelo contrário, é até bom! A simplicidade deu ao texto um ar de conversa com um amigo.
Muitos dos meus textos não têm essa rigidez, apesar de eu usar geralmente um vocabulário bem amplo... Mas isso é gosto pessoal, faço por que acho que o meu modo de escrever, sabe?
Foi muito bom tu mencionares os momentos tristes. Sabe, acho que eles são principal (senão única) fonte de amadurecimento do ser humano.
Achei o trecho a seguirmuito bem escrito, e gostoso de ler:
De vez em quando, é bom brincar de ser Alice No País Das Maravilhas.
Quando sentir vontade, entre pela toca do coelho, sem saber o que vem depois.
Não calcule todos os seus movimentos. A vida não é números, a vida é sensação.
Todas as sensações são validas. Não se arrependa. E se isso acontecer, viva de novo o momento, mas dessa vez sem culpa.
Sinta tudo o que puder sentir. Do menor sentimento, até o mais intenso momento do mesmo.
Muito bom! Muito mesmo! Fantástico, eu diria! Que futuro brilhante aguarda quem tem sensibilidade para escrever tais linhas? Comcerteza, um que brilhe tanto quanto as estrelas!
Talvez tenha faltado um pouquinho mais de contraste entre os tipos de prazer, mas isso é amplamente compensado pelo restante do texto. Especialmente pelo fato de teres mencionado os pequenos prazeres.
E para finalizar, o trecho abaixo serviu como emblema do texto, e cai como uma bomba de consciência sobre as cabeças desavisadas dos leitores:
A felicidade esta onde a deixamos entrar.
Abra todas as suas portas.
Enfim, magnífico, meu anjo! Maravilhoso! Uma prova de que a juventude não faz só bobagens. Faz também arte, e recheada de beleza!
P.S.: Na foto que ilustra este post, a própria Clarissa.
2 Comments:
Palmas à Clarissa! Palmas ao Gustavo! Palmas, amigos, palmas!
Não posso dizer que me apaixonei pelo texto da Clarissa pelo modo que ela usou para escrever – considero esse modo uma “conversa escrita” –, não que esteja ruim, está muito bom, mas um pouco de “rigidez acadêmica” de fato não mata ninguém.
O que gostei no texto foi o que ela expressou – e como expressou bem! –. Consegui imaginar o gatinho sendo abandonado porque um dia ele morrerá. Essa foi a chave que abriu minha mente ao texto. Depois vi as analogias, metáforas, utilizadas excessivamente – o que ao meu ver tira muito do eufemismo do texto –.
Sobre o comentário do Gustavo, continuo dizendo que o Rio Grande do Sul tem o melhor comentarista do mundo (será que eu já disse isso?).
Abraços, mon amis!
Só pra saber... o último comentário é meu!
Se essa porra de reconhecimento de usuários do Blogspot não funcionar, deixo aqui escrito que eu sou o Gabriel, pombas, dono do Gabriel e Seus Contos (contosdogabriel.blogspot.com).
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