terça-feira, 15 de novembro de 2005

Fazes-me falta

"Amor 2", (acrílico sobre tela, 100 x 70 cm), obra do pintor argentino Diego Manuel



Fazes me falta como todo e como partes deste mesmo todo.

Fazem-me falta teus cabelos, para que eu possa cariciá-los e dizer-te, em meu português pretensamente correto, porém displicente, “tu é linda, sabia?”

Fazem-me falta teus olhos, para que eu possa fitá-los e absorver toda candura e sinceridade que brotam de tua alma.

Faz-me falta tua boca para calar a minha durante as discussões que separam mais os que já estão distantes.

Faz-me falta teu colo, para que repouse nele minha cabeça e toda a desordem dentro dela se abrande.

Fazem-me falta teus braços, para que me abracem e acalmem o peito intranqüilo, inquieto.

Faze-me falta tua mão, para agarrar-se à minha e momentos de riso ou choro.

Faz-me falta teu ventre, eterno abrigo de meu desejo, para saciar-me a fúria animalesca e calar os berros do corpo desejoso.

Fazem-me falta tuas pernas, objetos do meu fetiche, para que caminhes ao meu lado.

Falta-me, enfim, tu. Somente tu. Mais perto.

Assim disse Gustavo @ 5:58 PM   2 comentário(s)

2 Comments:

Em 17 de novembro de 2005 às 00:24, Blogger Gabriel M. Faria comentou:

De início, adorei a ilustração. Lindíssima. E o texto... uma declaração apaixonada (e apaixonante) sobre a dependência do amor, ou, como você explicou, a falta que faz a amada. A paixão realmente é a maior inspiração aos poetas, romancistas, pintores e artistas em geral. Por quê? Porque ela funciona. Porque algo dentro de nós clama dizendo, “não és um animal, tens um sentimento único de afeto eterno”.

Belíssimo, como disse o carinha acima.

Aquele abraço.

 
Em 18 de novembro de 2005 às 16:46, Anonymous Anônimo comentou:

Bom, como o próprio autor dessa linda declaração já me disse algumas vezes, se conseguíssemos explicar um sentimento, este não o seria.
À primeira impressão, isso não me pareceu certo. Minha mãe, com seus ensinamentos filosóficos, com os discursos de Sócrates sobre o amor, tenta me convencer de que há um certa lógica no sentimento.
Mas, na verdade, começo a concordar com o Guga, vulgo O Alguém...
Não dá pra entender. Essa "coisa" que invade o coração, que nos faz cantar canções de amor "chiclete" (daquelas que grudam na memória e não saem nem com 'despacho'), que faz a gente rezar todas as noites, pedindo pra estar mais que logo com O Alguém, essa "coisa" é bem inexplicável.
Gu, concordo contigo. O amor não é pra entender, é pra desfrutar da sua companhia!

Você conseguiu resumir o sentimento de DUAS pessoas. Eu sinto exatamente o mesmo, sua falta!

Eu repito mais ou menos o que já disse: Nos daremos conta que o esperar não foi em vão... Logo, logo será dada nossa união.

Beijos e fique bem sempre!

Da tua fã número 0, Bi.

 

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O Autor

O autor
Nome: Gustavo Ribeiro
Lugar: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Um cara aprendendo com a literatura e as culturas de outros países e do meu. Sempre aprendendo, sempre vivendo como se fosse o último dia.

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