Fazes-me falta
Fazes me falta como todo e como partes deste mesmo todo.
Fazem-me falta teus cabelos, para que eu possa cariciá-los e dizer-te, em meu português pretensamente correto, porém displicente, “tu é linda, sabia?”
Fazem-me falta teus olhos, para que eu possa fitá-los e absorver toda candura e sinceridade que brotam de tua alma.
Faz-me falta tua boca para calar a minha durante as discussões que separam mais os que já estão distantes.
Faz-me falta teu colo, para que repouse nele minha cabeça e toda a desordem dentro dela se abrande.
Fazem-me falta teus braços, para que me abracem e acalmem o peito intranqüilo, inquieto.
Faze-me falta tua mão, para agarrar-se à minha e momentos de riso ou choro.
Faz-me falta teu ventre, eterno abrigo de meu desejo, para saciar-me a fúria animalesca e calar os berros do corpo desejoso.
Fazem-me falta tuas pernas, objetos do meu fetiche, para que caminhes ao meu lado.
Falta-me, enfim, tu. Somente tu. Mais perto.