Uma antiga e subestimada poesia...
Esta poesia foi feita por mim a uma amiga muito querida na ocasião de seu aniversário, há já algum tempo. Ela, na época, disse ter gostado mas quando perguntei - há poucos dias - a ela se ainda tinha esta singela obra (pois a queria publicar neste espaço), disse-me que a tinha em um diskette apenas e não o conseguia encontrar. Sei que posso parecer pessimista, e creio que o seja ultimamente (motivos não me faltam, sejamos francos), mas isto me soa como um: "Ah, era um negócio tão desimportante que tratei de deletá-lo...".
Bem, o caso é que eu mesmo achava tal poesia um tanto quanto sem valor, pelo fato de ter sido feita com o intuito de ser um soneto, mas a métrica está completamente incorreta. Mas recentemente, tomado por um apreço repentino por minhas criações textuais, decidi publicá-la. Para meu desespero, quando fui procurá-la (a única poesia da qual mantinha uma cópia, já que considerava as peças poéticas para a Bárbara tão importantes que as guardava apenas para ela - quase que como uma renúncia, um sacrifício de parte de meu ser poético exclusivamente para deleite dela) não a encontrei! Eu, um acumulador compulsivo de textos (tanto em formato digital - ocupando vários Megas - como em papel - ocupando muito espaço em meu caótico guarda-roupas), fui capaz de jogar algo fora? Aí me recordei: Tinha deletado várias coisas, apenas para dar espaço a um jogo (que, por fim, nem pude instalar)! "Besta" - qualifiquei me ser, repetidamente. Depois de procurar inutilmente em meu computador e com amigos e amigas que não o tinham, acabei por desistir.
Hoje, quando fuçava no Orkut, após muito tempo longe dele e de suas páginas de erro, acabei por lembrar-me: "Hey, publiquei ele numa comunidade de poetas!". Algum tempo depois, o encontrei, juntamente - para minha surpresa - com dois comentários elogiosos ao mesmo. Isto fez-me refletir sobre meus textos. Sejam bons ou ruins, metricamente perfeitos ou não, irei apreciá-los mais. Se os outros fazem tal coisa, por que eu, o autor (e "pai") de meus textos não o faria?
Eis aqui a supracitada poesia. Não faço questão que apreciem-na. A mim já me basta o meu próprio orgulho por ela.
E não há quem prefira que não o fosse
Afinal a todos anima
Me parece que em ti há mais vida
És culta, és bela
Tanto que, ás vezes, abismado,
Em divagações engajado,
Me pergunto, “o que é ela?”
Racional e passional
Contas e livros
Mundana e astral
Lágrimas e risos
Tornam-te tão fenomenal
E, em minha vida, já és pilar fundamental